“Você vai ao banheiro também?”, eu disse quando nos pegamos juntos frente à porta do banheiro pela manhã. Saiu de nós aquele riso despreocupado, como há muito não acontecia. Porque riamos? Acho que nenhum de nós sabe, mas aquela sensação boa e pura nem precisa de justificativas. “Pode ir primeiro” – eu disse depois. Como grande cavalheiro que sempre foi, saiu sorrindo, me cedendo sua vez.
Em menos de vinte segundos de conversa, eu e meu pai entramos em sintonia, naquela freqüência em que não importa quanto cada um ganha, como nos vestimos, em quem votamos ou para que time torcemos. Simplesmente estávamos ali, alma e alma, dizendo um ao outro como somos importantes, como nos amamos e como é bom saber que somos felizes e que compartilhamos dessa felicidade, algo que em dezenove anos nunca senti tão forte.
Às vezes não nos vemos durante a semana, aliás, quase não nos encontramos, mas, ao contrário do que parece, não nos afastamos, inclusive penso que isso foi o que nos uniu mais. Essa incompatibilidade de horários nos fez mais próximos, mais confiantes e mais presentes um no outro.
Espero, pai, que aquele sorriso que dividimos hoje não se perca, que não precisemos de mais duas décadas para encararmos o fato de que, embora tenhamos ambições e caminhos diferentes, trilhamos sempre lado a lado.
Nossa, que texto mais lindo! Deu pro seu pai ler? Se não, dá? Nó! É muito família, muito o que é uma família… belíssimo!
Nossa…que lindo,que carinhoso!Não tem jeito!Família é uma só!
T adoro xuxuzinha!