Era segunda-feira
e você veio devolver
o amor que sobrara de nós
e que tinha ficado ali,
jogado num canto qualquer da sua casa.
Eu pedi a parte que era minha de volta,
me fazia falta…
quem sabe eu não poderia cobrir esse vazio no peito
com esse resto de amor de nós dois?
Ou com, pelo menos, a minha parte desse resto de amor.
Quanto à sua parte, cabia a você decidir o que fazer,
ficar, dar aos cachorros, jogar pela janela.
E você, naquela segunda-feira,
resolveu embolar o seu resto de amor
no meu resto de amor.. e entregá-lo a mim, disfarçadamente.
Seria difícil mantê-lo com você, eu sei.
Ele faz com que você se lembre de mim
com uma frequência muito maior do que você gostaria de lembrar.
E jogar fora não era sequer uma possibilidade…
Jogar fora o único amor que realmente teria valido a pena…
Isso era demais. Até mesmo pra você.
E aí, você me entregou tudo,
o meu e o seu amor,
embolado em lembranças, cheiros, decepções.
Porque você sabia que eu tampouco teria coragem de jogá-lo fora.
Guardo então, aqui, no peito,
cobrindo o enorme buraco que você deixou.
Torço pra que ninguém, andando pelo meu coração,
pise, sem querer, nesse “nosso” amor e caia vazio afora…
porque já não sei a profundidade do seu estrago.
Amei, amei, amei!
Amo quando você escreve grande assim.